Produção da natureza, fratura metabólica e colonialismo

Resumo

Neste texto, vamos refletir sobre o problema da fratura do metabolismo social na sociedade capitalista contemporânea, como resultado da totalização do capital. Neste sentido, o objetivo é analisar como a implantação do capitalismo tem exigido relações coloniais e imperiais de dominação sobre diferentes espaços e sobre a natureza. Isto produziu uma fratura metabólica que se apresenta como uma divisão na troca de materiais e energia entre a forma social e a forma natural, produzindo as atuais crises ambientais. Este processo implicou uma forma particular de pensar a natureza e de se relacionar com ela, o que justificou, em seus próprios termos, sua pilhagem, mas, ao mesmo tempo, sua produção sob a forma propriamente capitalista. Esta reflexão se situa no pensamento crítico marxista e no método de crítica da economia política, enfatizando sua implantação geográfica e a teoria de desenvolvimentos geográficos desiguais. Alguns resultados desta reflexão nos permitem afirmar que, em seu desenvolvimento, o capitalismo se desdobra de forma desigual, e a partir de sua totalização sempre requer uma exterioridade, ou seja, a produção de espaços hegemônicos, propriamente capitalistas, e de espaços dependentes, nos quais o capital não determina o conjunto de relações. Além disso, o processo de dominação colonial e posteriormente imperial foi central para sua consolidação como sistema hegemônico e como fator central na atual crise sócio-ecológica planetária.